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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O menino grapiúna

 De tanto ouvir a mãe contar, a cena se tornou real na lembrança do menino: a égua tombada morta, e o pai, ensangüentado, erguendo o bebê do chão e o levando para casa no colo. O ano era 1913, e Jorge Amado tinha então dez meses. A imagem evoca a tocaia de que o pai do escritor foi vítima na época das lutas travadas pela posse de terras no sul da Bahia, durante o ciclo do cacau. Com essa descrição, tem início o livro de memórias da infância do escritor baiano.
     Além do pai, João Amado de Faria, e da mãe, dona Eulália, Jorge Amado recorda aqui outros personagens que foram centrais em sua formação pessoal e de escritor: o tio Álvaro, modelo dos coronéis presentes em sua ficção; o padre Cabral, que o apresentou ao mundo dos livros e à beleza da língua portuguesa; e o caboclo Argemiro, que colocava o menino na sela e o levava a Pirangi nos dias de feira.
     O escritor evoca também a liberdade das ruas e dos coqueirais de Ilhéus, lembra o período de “encarceramento” no colégio dos jesuítas e conta como conheceu as rodas de jogo e as casas de mulheres.
     Além de rememorar sua formação de menino, Jorge Amado passa em revista elementos centrais de sua literatura: aponta o amor e a morte como os grandes temas de sua obra e posiciona-se distante de líderes e heróis, para declarar-se mais próximo dos mestres de saveiro, dos feirantes, dos capoeiristas, do povo do candomblé.
     Assim como o menino grapiúna, o escritor não distingue lembrança e imaginação. Encharcadas de fabulação literária, as memórias de O menino grapiúna fazem a defesa da liberdade, da imaginação e do sonho, marcas principais da obra de Jorge Amado.
 Grapiúna é o termo utilizado pelos sertanejos baianos para se referir aos habitantes do litoral. O fato de Jorge Amado ter dado o título de O menino grapiúna às suas memórias de infância diz muito de sua vida e de sua obra. O autor nasceu na Fazenda Auricídia, distrito de Ferradas, no município de Itabuna. Com um ano de idade, o futuro escritor mudou-se com a família para Ilhéus. Cresceu no litoral baiano, durante o auge do ciclo do cacau, entre coronéis, jagunços, trabalhadores, aventureiros e jogadores.
     Assim como a biografia, a escrita de Jorge Amado é toda ela devedora das primeiras experiências na “nação grapiúna” que floresceu na zona cacaueira no começo do século XX. Além disso, a cidade de Salvador, o cais da Bahia e o mar são espaços recorrentes na ficção do escritor, fazendo da costa litorânea o habitat natural do autor e de sua literatura.
     Escrito em 1980 para uma edição especial da revista Vogue dedicada aos cinqüenta anos da carreira literária de Jorge Amado, O menino grapiúna foi publicado em 1981, em edição não comercializada. A tiragem especial de 11 mil exemplares era numerada. No mesmo ano, celebrava-se o centenário da cidade de Ilhéus, e Jorge Amado foi homenageado com uma placa e uma escultura de bronze na rua que leva o seu nome.
     O universo dessas memórias remete aos primeiros livros do autor, como Cacau (1933) e Terras do sem-fim (1943) e se desdobra em alguns dos livros que ele escreveria em seguida, especialmente Tocaia Grande (1984). A partir de 1982, quando Jorge Amado comemorou setenta anos, o volume ganhou edição comercial. O menino grapiúna foi publicado em Portugal e traduzido para mais quatro idiomas.
Fonte: http://www.jorgeamado.com.br/



Veja vídeo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dia 5 de novembro, dia da Cultura


Para que o dia não passe em branco, eu fiz esta singela homenagem aos artistas que me ajudaram ao logos destes 10 anos de produção, a levar cultura pelos lugares onde passei.
Ari Rodrigues

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O FIAC 2010 começa esta semana


O FIAC (Festival Internacional de Artes Cênicas) está na sua 3ª edição.
Espetáculos de vários países, além de nacionais e espetáculos baianos estarão em cartaz em diversos teatros de Salvador em dez dias.
Pelo terceiro ano, o produtor cultural Ari Rodrigues foi convidado para participar do FIAC. Único produtor do interior da Bahia, Ari foi apresentado aos mais de 50 integrantes do projeto, como "o produtor importado de Itabuna". Contando com a confiança da coordenadora de produção Virgínia Da Rin, Ari vai produzir os teatros Gamboa e SESI-Rio Vemelho. No Gamboa, acontece a estréia do espetáculo " Monstro" com direção de Paulo Dourado, tendo no elenco um dos ícones do teatro baiano, Yumara Rodrigues e o ator baiano Caio Rodrigo. No SESI, acontecem os monólogos "Seu Bonfim" e "Sebastião", ambos com o ator, performer e diretor, Fábio Vidal.
A programação do FIAC já está disponível no site: http://www.fiacbahia.com.br

Fonte: Blog Eva Lima Cultura e Prosa

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Desfile temático e apresentações de mais de 50 artistas movimenta a Vila de Ferradas

A programação cultural em comemoração aos 195 anos de Ferradas promovida pela ACODECC, foi encerrada agora a pouco (21:00h - terça-feira dia 19/10) com a exibição de vários filmes da Mostra do MUSA.


A equipe do Musa e a equipe da ACODECC posam para foto após exibição de filmes no auditório da MUCIBABY em Ferradas
















Completando 195 anos de existência, a Vila de Ferradas, berço da civilização grapiúna, viveu um sábado de festa.
Dentro da programação da ACODECC, foi realizado pela manhã um desfile temático com alunos da escola Espaço da Cidadania acompanhada pela FAMCEO, a fanfarra da escola Enedina Oliva da vizinha cidade de Buerarema, que desfilou pelas ruas da Vila, finalizando com uma apresentação na Praça Jorge Amado.
Pela tarde, o grupo do Encontro de Casais da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, promoveu um bazar beneficente, com barraca de comidas típicas e um pula-pula que fez a alegria da garotada.
A noite foi a vez dos artistas regionais mostrarem seu talento num palco montado na praça.
Contando com a credibilidade da produtora Eva Lima, a ACODECC fez uma ação ousada. Convidou mais de 50 artistas de cidades como Ilhéus, Buerarema, Camacã e Itabuna, onde apresentaram diversas modalidades de danças, estilos musicais, humor, recitais etc.
Foram quase três horas de apresentações que encantaram as centenas de pessoas de Ferradas e de outros bairros de Itabuna que vieram prestigiar o evento.
O convidado especial finalizou as apresentações. Estamos falando do renomado cantor e compositor Marcelo Ganem, que mostrou hit's conhecidos, como também a música que compôs para o centenário de Itabuna.
Só para lembrar, todos os artistas que se apresentaram, não receberam cachês. Todos foram voluntários. A produtora Eva Lima, solicitou da organização do Troféus Talentos Regionais a liberação de alguns músicos convidados para se apresentarem. Ruy Carvalho e a CM Distribuidora Nova Schin e Bivolt, não só liberam os artistas, como apoiaram o evento fornecendo toldos e toda a estrutura (água e refrigerantes) do camarim.
O evento foi realizado com apoio de várias empresas de Ferradas além da FICC que assumiu o palco e o som.
A programação cultural vai até hoje (terça-feira 19) com a apresentação do MUSA ITINERANTE (Mostra Universitária Salobrinho de Audiovisual) que acontecerá no auditório da MUCIBABY em Ferradas. Amanhã o MUSA acontecerá no auditório da Fundação Cultural de Ilhéus com a apresentação do Filme "Eu Me Lembro". O filme tem a direção do cineasta baiano Edgar Navarro, com a praticipação das atrizes ilheenses Rita Santana e Valderez Freitas, além da participação especial de Eva Lima como atriz e produtora de elenco, e de Ari Rodrigues como diretor de Platô. O sul da bahia também tem seus talentos na telona.

Materia/fotos: Ari Rodrigues